Mais de três meses após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek, que ligava Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO), os efeitos do descaso com a infraestrutura continuam recaindo com força sobre os caminhoneiros — profissionais que mantêm o país em movimento e agora enfrentam sérias dificuldades para cruzar a divisa entre os estados.
Sem a ponte, os caminhoneiros têm apenas duas alternativas: encarar desvios longos por rodovias precárias, cheias de buracos, ou enfrentar filas quilométricas para utilizar a balsa entre Tocantinópolis (TO) e Porto Franco (MA). Na manhã desta segunda-feira (07/04), a situação ficou ainda mais crítica: a fila de caminhões em Tocantinópolis ultrapassou o posto Petronorte, invadindo o trecho urbano da rodovia TO-126, chegando até o setor Vila Padre Césare Lelli e entrando no bairro Alto Bonito.
Apesar do esforço da empresa PIPES, que disponibilizou três balsas de grande porte para a travessia de veículos, motocicletas, pedestres e ciclistas, o tempo de espera continua absurdo. Caminhoneiros relataram aguardar até 10 horas para conseguir atravessar o rio.
A situação, já delicada, é agravada por um decreto municipal em vigor em Tocantinópolis. A medida, assinada pelo prefeito Fabion Gomes, proíbe a circulação de caminhões com mais de 30 toneladas pelas ruas da cidade, obrigando esses profissionais a buscar ainda mais desvios para conseguir seguir viagem entre os estados.
Enquanto autoridades seguem sem uma solução definitiva para o colapso da ponte, os caminhoneiros continuam pagando o preço da omissão — com prejuízos, atrasos e jornadas exaustivas nas estradas.