Agora são 1:06 do dia 03 de agosto de 2025

Ministério Público Investiga Gastos Milionários com Shows em Novo Acordo

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) deu início a um Inquérito Civil Público, visando apurar possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos pelo Município de Novo Acordo. A investigação, instaurada na última quinta-feira, 17, pela Promotoria de Justiça local, concentra-se na contratação de atrações artísticas para o evento “Festeja Verão”, realizado em julho de 2025. Os valores sob escrutínio ultrapassam a marca de R$ 2 milhões.

A ação do MPTO foi impulsionada por informações que apontam gastos significativos com cachês de artistas, destacando-se cinco contratos entre R$ 100 mil e R$ 350 mil por apresentação. Entre as principais preocupações estão a falta de transparência nos contratos, a ausência de critérios objetivos na definição dos valores e a desproporção nos gastos com entretenimento em comparação com investimentos em saúde, educação e assistência social. Estas questões levantam suspeitas de improbidade administrativa e possíveis danos ao erário público.

Detalhamento dos Gastos

Os gastos totais com os shows somam R$ 2.038.000,00, distribuídos entre diversas atrações musicais, incluindo:

  • Calcinha Preta — R$ 350.000
  • Grelo — R$ 300.000
  • Samba de Quina — R$ 170.000
  • Kart Love — R$ 120.000
  • Jonatas Marques — R$ 100.000
  • Santoro & Samuel — R$ 100.000
  • Taisa Marques — R$ 100.000
  • Forró de Elite — R$ 100.000
  • André Klebson — R$ 65.000
  • Tyago & Gabriel — R$ 60.000
  • Tarcio Silva — R$ 80.000
  • Seresta do Doquinha — R$ 90.000
  • Kheyte Araujo — R$ 25.000
  • Hariely Santos — R$ 30.000
  • Vinícius Nocaute — R$ 30.000
  • Mayk Brasil — R$ 50.000
  • Rafa Souza — R$ 40.000
  • Abel Capella — R$ 20.000
  • 3 Tons de Preto — R$ 20.000
  • Nalberth & Murilo — R$ 50.000
  • Pagode Vip Moral — R$ 18.000
  • Pagodão S/A — R$ 40.000
  • DJ Vitor Lira — R$ 30.000
  • Liberou Geral — R$ 50.000

Procedimentos e Medidas

O promotor de Justiça João Edson de Souza, responsável pela investigação, solicitou ao Município a entrega de documentos essenciais no prazo de 10 dias. Os documentos requisitados incluem processos administrativos completos, modalidade e contratos de contratação, fontes orçamentárias utilizadas e justificativas para os valores despendidos.

A apuração busca assegurar o cumprimento dos princípios constitucionais da Administração Pública, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme o artigo 37 da Constituição Federal. O promotor ressalta que a omissão em responder aos pedidos do MP pode configurar crime de desobediência e improbidade administrativa.

Participação da Comunidade

O Ministério Público encoraja a população a apresentar denúncias e participar do processo investigativo. O atendimento ao público está disponível em todas as regiões do Tocantins, com horários especiais durante o mês de julho.

A investigação segue em curso, com a expectativa de trazer maior clareza sobre a aplicação dos recursos públicos e garantir a integridade na gestão municipal.

Dicom/MPTO, com dados de “X” (Twitter) @aclaudiaregina

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