Tocantinópolis, TO – O Ministério Público do Estado do Tocantins, por meio da Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, instaurou um procedimento investigatório para apurar denúncias de desvio de finalidade na contratação e remuneração de um servidor vinculado ao Fundo Municipal de Educação.
A denúncia, feita de forma anônima, aponta indícios de uso político da estrutura pública municipal.
O servidor em questão, é o pastor Wilaman Ferreira Lima, registrado como Assistente Administrativo do Fundo Municipal de Educação, foi flagrado em vídeo realizando atividades alheias à sua função pública. Nas imagens anexadas à denúncia, ele aparece cobrando pedágio de um caminhoneiro em um depósito de supermercado da cidade e também foi flagrado trabalhando em uma barreira no município.
Além do desvio de função, a investigação também foca no aumento substancial da remuneração do servidor em um curto período. Documentos anexos à denúncia revelam que seu salário base em fevereiro de 2025 era de R$ 1.680,00, enquanto em maio do mesmo ano saltou para R$ 4.000,00, dos quais R$ 2.000,00 são classificados como “outras remunerações”. Tais valores foram pagos com recursos destinados ao Fundo Municipal de Educação, sem evidências de que ele estivesse desempenhando funções educacionais.

Ademais, a denúncia sugere que Wilaman Ferreira Lima é um apoiador do grupo político do prefeito Fabion Gomes de Sousa e teria atuado como coordenador de militância na campanha do vereador eleito Elson Ribeiro dos Santos. Há suspeitas de que a máquina pública esteja sendo utilizada como recompensa político-partidária, violando princípios constitucionais como legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa.
O Ministério Público foi instigado a investigar não apenas o caso específico do pastor Wilaman, mas também a possível utilização da estrutura pública para fins político-eleitorais em benefício do grupo político do prefeito. A Promotoria requisitou documentos comprobatórios, incluindo folhas de frequência, para verificar a regularidade das atividades do servidor entre fevereiro e maio de 2025.
O caso, que gerou o procedimento nº 2025.0010818, inclui ainda a solicitação de encaminhamento do processo ao Tribunal de Contas do Estado do Tocantins. As investigações buscam elucidar se houve enriquecimento ilícito, improbidade administrativa ou outros ilícitos associados à contratação do servidor.
O Ministério Público se comprometeu a adotar todas as providências cabíveis para garantir a transparência e legalidade na administração pública de Tocantinópolis. Enquanto isso, aguarda-se o desenrolar das investigações para que a justiça seja feita.