Nesta primeira semana de maio, Itaguatins foi abalada por uma tragédia que expôs, mais uma vez, as fragilidades do sistema de saúde pública na região. Ozanilza Farias de Sousa e seu esposo, José Nilton Ferreira, faleceram em circunstâncias misteriosas no Hospital Regional de Augustinópolis, provocando indignação e temor entre os moradores.
Ozanilza, que inicialmente apresentou sintomas de gripe, buscou ajuda no sistema de saúde local e como sempre vem ocorrendo, foi imediatamente encaminhada ao Hospital Regional de Augustinópolis. Após ser atendida, foi liberada para retornar para casa, mas sua condição piorou rapidamente, e a mesma foi novamente levada para o hospital regional culminando em sua morte por pneumonia. Apenas três dias depois, seu esposo, José Nilton, adoeceu subitamente e também foi encaminhado para Augustinópolis onde faleceu na mesma unidade hospitalar, sob circunstâncias ainda não esclarecidas.
Este lamentável episódio trouxe à tona a ineficácia da gestão pública na saúde, não só em Itaguatins, mas em toda a região do Bico do Papagaio. Os prefeitos dos municípios locais, mesmo com os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sendo repassados rigorosamente em dia, têm falhado em investir adequadamente na saúde básica, preferindo manter apenas uma estrutura mínima de ambulâncias e combustível para transportar os pacientes. Esta abordagem negligente força os cidadãos a dependerem de um sistema de transporte que mais se assemelha a uma roleta russa, onde a sorte decide quem conseguirá atendimento em um hospital regional constantemente lotado.
Itaguatins por exemplo, já recebeu somente este ano do Fundo de Participação dos Municípios, a quantia de R$ 9.492.319,3. Foram R$ 2.365.636,35 em janeiro, R$ 2.907.735,16 em Fevereiro, R$ 2.112.261,36 em Março, e R$ 2.106.686,43 em Abril, e até agora nada do prefeito Josemberg Vitor Barros Silva, o “Vítor da Reis”, apresentar resultados convincentes de acordo os valores recebidos por sua gestão.
A população se vê à mercê de um sistema que não garante a segurança e a saúde dos seus cidadãos. A morte do casal não deveria ser apenas mais um número nas estatísticas, mas um alerta urgente para os gestores municipais e o governo do Estado. É imperativo que medidas imediatas sejam adotadas para fortalecer a saúde pública local, garantindo que os moradores não sejam obrigados a enfrentar o risco de não voltar para casa após serem levados ao hospital.
A crítica não se limita aos gestores municipais; o governo do Estado também precisa assumir sua parcela de responsabilidade. É essencial que haja uma intervenção eficaz, com investimentos que priorizem a vida e o bem-estar dos cidadãos. A tragédia de Itaguatins deve servir como um catalisador para mudanças urgentes e necessárias, para que a história de Ozanilza e José Nilton não se repita.