Agora são 7:45 do dia 02 de agosto de 2025

Crise Educacional em Tocantinópolis: Colégio Dom Orione Interditado Por Problemas Estruturais

Em um cenário de descaso e má gestão pública, Tocantinópolis enfrenta mais um capítulo crítico em sua história educacional com a interdição do Colégio Dom Orione.

Com paredes rachadas e estrutura comprometida, o colégio, que recentemente estava improvisando a realização das provas na quadra de esportes, agora encerra suas atividades educacionais para uma reestruturação que promete ser demorada.

Após uma avaliação técnica, a necessidade de reformas profundas foi confirmada por um engenheiro, revelando a extensão do problema subestimado há anos. A gestão do ex-diretor Dorismar Carvalho, à frente da diretoria regional de ensino entre 2011 e 2025, é apontada como cúmplice no mascaramento da situação, a passagem de Dorismar ficou marcada pelo fechamento de outras duas escolas: a Estadual Pio XII e a Estadual Padre Giuliano Moretti. Os prédios dessas instituições agora abrigam serviços municipais, enquanto o Estado mantém funcionários alocados nas escolas fechadas para funções que não são mais suas.

A situação da crise educacional é agravada mais ainda por um histórico de fechamento de escolas sob as gestões da família Gomes em Tocantinópolis, que já dura mais de 30 anos. Nesse período, pelo menos 11 escolas municipais foram encerradas, destacando a persistente desvalorização da educação, mesmo sendo uma das principais fontes de recursos para o município através do FUNDEB.

Dentre as instituições municipais fechadas estão:

  1. Escola do Setor Lajinha;
  2. Alto da Boa Vista I;
  3. Escola da Vilanópolis;
  4. Povoado Mumbuca;
  5. Creche que funcionava na antiga casa do estudante;
  6. Mãe Eduvirgens em frente o Hospital Municipal;
  7. Escola Avó Virgilina;
  8. Escola Vovó Balbina;
  9. Escola do Povoado Chapadinha;
  10. Escola do Povoado Raiz;
  11. Escola do Povoado Pedro Isaías também foram desativadas.

80% desses prédios atualmente encontram-se abandonados e alguns ocupados por famílias sem teto.

A Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) deverá liderar a reforma do Colégio Dom Orione, mas os prazos são incertos. Com as obras governamentais notoriamente lentas, a previsão é de que a conclusão ultrapasse um ano, deixando alunos e pais em uma situação angustiante.

O dilema agora é encontrar um espaço temporário para os estudantes. Com as escolas do Estado ocupadas pela prefeitura, a alternativa proposta envolve a Escola Municipal de Tempo Integral Almiro Aguiar, uma obra inacabada da gestão do ex-prefeito Paulo Gomes. Essa escola, anunciada com pompa durante o período eleitoral, permanece fechada, simbolizando promessas não cumpridas e recursos públicos desperdiçados.

A movimentação política sugere que o atual gestor, Fabion Gomes, tenta remediar a situação, mas seu histórico de sete mandatos como deputado enchendo o colégio apenas com contratos que lhe serviam como cabos eleitorais sem priorizar a reforma do Colégio Dom Orione levanta questionamentos sobre suas intenções. A proposta de transferir os alunos para uma escola sem infraestrutura adequada, sujeita a poeira e lama, apenas agrava o cenário de negligência.

A interdição do Colégio Dom Orione não é apenas um problema estrutural; é um reflexo de uma gestão pública que falha em cumprir suas promessas e em garantir o direito básico à educação de qualidade. Possivelmente os funcionários, na maioria contratados trabalhavam vendo os defeitos na estrutura do prédio, mas não podiam reclamar por medo de terem os contratos reincididos, os concursados também se mantinham inertes para não sofrerem perseguições. Enquanto isso, a comunidade escolar permanece refém de interesses políticos e de uma administração que, ao invés de soluções, oferece improvisações.

Compartilhe

Veja Também

plugins premium WordPress