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Escola Municipal em Tocantinópolis é Furtada sem Sinais de Arrombamento: Gestão do Fundeb e Segurança Escolar sob Escrutínio

A Escola Municipal Professor Antônio Farias, no Setor Vila Matilde, em Tocantinópolis, tornou-se o mais recente símbolo da negligência na gestão municipal e do uso questionável dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Na última semana, a unidade foi furtada, com a subtração de uma grande quantidade de alimentos, incluindo carnes e frangos destinados à merenda escolar. O fato de não haver sinais de arrombamento levanta sérias dúvidas sobre a segurança do local e a eficácia dos serviços de vigilância.

Fontes internas revelam que a administração da escola tentou abafar o caso, mas os murmúrios entre funcionários impediram que o furto fosse encoberto. A instituição conta com três vigias contratados temporariamente, que, segundo denúncias, não cumprem suas funções. Relatos indicam que a escola fica desprotegida nos finais de semana, especialmente entre 6h e 18h, e possivelmente à noite. Há indícios de que alguns vigias, escalados para turnos de 12 horas com folga de 48 horas, apenas aparecem no local para ligar as luzes e retornam para casa, deixando o patrimônio público vulnerável. O furto acredita-se, ocorreu no período noturno, já que o movimento diurno em uma escola ao lado de uma praça seria facilmente percebido.

O diretor da escola, Walter Feitosa de Sousa, ex-secretário municipal de Educação, teria registrado um boletim de ocorrência, numa tentativa de se eximir de responsabilidade. O incidente, porém, escancara a precariedade da merenda escolar. Frequentemente, o cardápio oferecido aos alunos se limita a cuscuz com suco, enquanto itens mais nutritivos, como carnes, parecem ter destinos menos nobres, possivelmente abastecendo churrascos alheios.

Segurança Escolar: Um Problema Sistêmico

A falta de segurança não é exclusividade da Escola Antônio Farias. Pais de alunos da Escola Municipal Alto da Boa Vista II relatam situações alarmantes. Segundo denúncias, o porteiro da unidade frequentemente está distraído, com a atenção voltada para o celular, sem perceber a chegada e saída de pais para buscar seus filhos, e se outra pessoa fizer o mesmo? Mais grave ainda é a situação do portão de entrada, onde um cadeado preso a uma corrente, em vez de trancar o acesso, impede o portão de ser fechado adequadamente. Essa falha expõe os alunos a riscos significativos, especialmente em um contexto nacional marcado por casos de violência em escolas. A preocupação dos pais é justificada: a negligência na segurança escolar pode ter consequências trágicas.

Orçamento Milionário, Gestão Deficitária

O orçamento do Fundo Municipal de Educação para 2025, conforme A lei Orçamentária Anual (LOA), Projeto de Lei nº 014/2024, é de R$ 46.384.099,50, cerca de R$ 3,86 milhões por mês. Apesar desse montante, as escolas de Tocantinópolis enfrentam carências crônicas: faltam materiais didáticos, itens básicos de infraestrutura e até água potável. Na Escola Antônio Farias, aulas foram suspensas recentemente por falta de água nas torneiras, obrigando pais a buscarem seus filhos no meio do expediente. Um poço artesiano poderia resolver o problema, mas a gestão municipal parece incapaz de direcionar os recursos para atender às necessidades básicas.

A Secretaria de Educação mantém quase 400 contratos temporários, superando o número de servidores concursados. Esses contratos, muitos ligados a apadrinhamentos políticos, consomem grande parte do orçamento e sustentam a rede de apoio do grupo que governa a cidade há mais de três décadas. Enquanto sobra dinheiro para contratações questionáveis, falta compromisso com a qualidade do ensino, a segurança e o bem-estar dos alunos.

O furto na Escola Antônio Farias e as falhas de segurança na Alto da Boa Vista II não são incidentes isolados. Eles refletem uma gestão marcada por desperdício, negligência e falta de fiscalização. A população de Tocantinópolis exige respostas: onde estão sendo aplicados os milhões do Fundeb? Por que as escolas continuam desassistidas e vulneráveis? E, sobretudo, até quando a educação e a segurança das crianças serão negligenciadas em prol de interesses políticos?

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