O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), foi preso na manhã desta terça-feira (15), em São Luís, Maranhão, após ser acusado de matar o policial militar Geidson Thiago da Silva, no dia 6 de julho, durante uma vaquejada em Trizidela do Vale. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Luiz Emilio Braúna Bittencourt Júnior, com o objetivo de garantir a ordem pública e apreender a arma do crime, que permanece desaparecida.
João Vitor se entregou à Polícia Civil um dia após a Justiça aceitar o pedido de busca, apreensão e prisão preventiva emitido pela Delegacia de Pedreiras, responsável pela investigação. Inicialmente, o prefeito havia se apresentado voluntariamente, mas não foi detido por falta de flagrante, conforme explicou o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior.
O incidente que resultou na morte de Geidson Thiago, popularmente conhecido como “Dos Santos”, teria iniciado após o policial, que estava de folga, solicitar ao prefeito que diminuísse a intensidade dos faróis de seu carro, alegando que a luz estava incomodando os presentes. Testemunhas afirmam que a situação escalou, levando João Vitor a disparar contra o policial, inclusive pelas costas, segundo relatos preliminares da polícia.
O policial ainda foi socorrido e levado a um hospital em Pedreiras, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar e foi sepultado no dia 8 de julho.
Defesa e Investigação
A defesa do prefeito alega legítima defesa, sustentando que o policial teria sacado uma arma primeiro. No entanto, essa versão é contestada por testemunhas e pela Polícia Civil. Em depoimento, João Vitor admitiu ter jogado a arma no local do crime, mas até agora, ela não foi encontrada. Imagens de câmeras de segurança capturaram o prefeito se aproximando de um carro preto e, posteriormente, indo em direção a um grupo de pessoas, antes de deixar o local rapidamente.
A arma utilizada, um revólver calibre .38, supostamente presente de um eleitor, não possuía registro ou autorização. As imagens estão sob análise para determinar o envolvimento do prefeito no crime.
Em meio às investigações, João Vitor solicitou licença médica de 125 dias, alegando estar abalado psicologicamente e necessitar de tratamentos psiquiátricos. Durante este período, ele continuará recebendo seu salário de R$ 13.256,08 líquidos. A vice-prefeita, Maria Etelvina, assumiu o cargo interinamente após a Câmara Municipal aprovar a licença.
O caso continua a ganhar atenção, com a expectativa de que, se indiciado, João Vitor Xavier seja julgado em tribunais superiores devido ao foro privilegiado. As investigações prosseguem para esclarecer as circunstâncias exatas do crime e a localização da arma utilizada.