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Maranhão: Prefeitos de Estreito e Santa Inês têm bens apreendidos em operação contra desvios de recursos da educação

A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (21), mandados da “Operação Lei do Retorno” e apreendeu bens dos prefeitos de Estreito, Léo Cunha (PL), e de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP). Agentes estiveram na Prefeitura de Estreito e na residência de Léo Cunha, onde recolheram dinheiro e documentos; na casa de Felipe dos Pneus foi encontrado um celular dentro de um vaso sanitário.

A operação é desdobramento de investigações que visam desarticular organização criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 50 milhões em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) entre 2021 e 2025, por meio de fraudes em licitações municipais. Segundo a PF, parte dos valores era direcionada a servidores públicos envolvidos nas fraudes.

Entre os principais alvos estão à deputada estadual Daniella (PSB) e o ex-prefeito de Caxias e atual secretário de Agricultura e Pecuária do Maranhão, Fábio Gentil, que tiveram buscas em suas residências na última terça-feira (19) e cujos endereços também tiveram apreensão de cheques, dinheiro, veículos e jóias — entre os quais um cheque de R$ 350 mil. Ao todo, a operação cumpriu 94 mandados de busca e apreensão em cidades do Maranhão — incluindo Estreito, Imperatriz, Santa Inês, Pindaré-Mirim, Itapecuru-Mirim, São José do Ribamar e Timon — e em Fortaleza (CE). Até esta quinta, a PF informou ter apreendido mais de R$ 2,5 milhões em dinheiro, cheques e veículos.

A investigação aponta crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 52 anos de prisão. Além de Daniella e Fábio Gentil, a operação também teve como alvos a prefeita de Buriti Bravo, Luciana Borges Leocádio (MDB); o secretário de Administração de Caxias, Othon Luiz Machado; a ex-secretária de Educação de Caxias, Ana Célia Pereira; e o ex-secretário de Finanças de Caxias, José de Macedo Simão.

Defesas e posicionamentos

A assessoria da deputada Daniella afirmou, em nota, que “não há qualquer indício de irregularidade em sua atuação parlamentar” e que a parlamentar “segue com a consciência tranquila”, colocando-se à disposição para esclarecimentos e confiando no trabalho das instituições.

Em nota, a defesa de Fábio Gentil informou que a residência do ex-prefeito foi alvo de diligência e afirmou que “não há qualquer fato que desabone sua conduta”, ressaltando que a prestação de contas do período em que esteve à frente da Prefeitura de Caxias (2021–2024) foi aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado. A nota acrescenta que a equipe jurídica acompanha os desdobramentos.

O governo do Maranhão declarou que a operação não se relaciona com a atuação de Fábio Gentil à frente da Secretaria de Agricultura e Pecuária, mas refere-se ao período em que ele foi prefeito de Caxias. A Prefeitura de Buriti Bravo também afirmou que não há indícios de irregularidades na gestão de Luciana Leocádio. 

A Polícia Federal segue com as apurações. As autoridades não informaram detalhes sobre medidas cautelares além das apreensões relatadas.

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