A investigação da Polícia Federal desvendou um esquema de corrupção envolvendo o governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e o operador financeiro Marcus Vinícius Santana. Santana, em imagens capturadas pela PF, aparece com maços de dinheiro, reforçando as suspeitas de desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia. As propinas eram, curiosamente, chamadas de “bênçãos” pelos envolvidos.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio do ministro Mauro Campbell, afastou o governador e a primeira-dama, Karynne Sotero, após a descoberta de contratos fraudulentos para a aquisição de cestas básicas e frangos congelados. Empresas de fachada foram usadas, e parte dos produtos nunca foi entregue, gerando um prejuízo superior a R$ 73 milhões, segundo a PF.

Marcus Vinícius Santana, filho de um ex-assessor especial do governador, era responsável por transações financeiras suspeitas, utilizando bolsas recheadas de notas para pagamento de propinas. As investigações indicam que o dinheiro desviado também era usado para despesas pessoais do governador.

Thiago Barbosa, sobrinho do governador, foi citado como envolvido na distribuição do dinheiro, mas sua defesa alega erro na inclusão de seu nome na investigação. Além disso, a PF encontrou R$ 32,2 mil em espécie no gabinete do governador, reforçando a continuidade dos atos de corrupção.

A operação também revelou que Paulo Cesar Lustosa, conhecido como PC Lustosa, teria recebido mais de R$ 1,3 milhão em propinas. Conversas interceptadas mostram Wilton Pires enviando imagens de pilhas de dinheiro a PC Lustosa, organizando repasses.

As autoridades continuam investigando o esquema, que evidencia uma rede organizada de corrupção e lavagem de dinheiro dentro do governo estadual. A defesa dos acusados aguarda desdobramentos e promete medidas para contestar as acusações.