Em uma decisão judicial, Wandeir Miranda de Carvalho, servidora da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), foi condenada a devolver cerca de R$ 1,4 milhão por improbidade administrativa. O valor corresponde ao montante recebido durante o período em que ela residiu na Europa, enquanto continuava a receber seu salário integral.

Wandeir, que é concursada desde 1990, passou mais de sete anos na Espanha. Durante esses anos, ela recebeu uma remuneração que ultrapassava R$ 27 mil mensais. A Justiça determinou que a servidora devolva os valores recebidos entre 2008 e 2017, somando R$ 1.484.511,50, além de sofrer penalidades como a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos por cinco anos.

O advogado de defesa, Ubirajara Cardoso, anunciou que irá recorrer da decisão, alegando irregularidades no processo. Segundo ele, a sentença foi proferida “sem audiência de instrução, sem depoimento da ré e sem oitiva das testemunhas”, configurando cerceamento de defesa.

De acordo com dados do portal da transparência da Aleto, Wandeir permanece ativa e, em junho de 2025, recebeu um salário bruto de R$ 37.490,86. Embora a Assembleia Legislativa tenha informado que a servidora cumpre corretamente seu expediente atualmente, a decisão judicial questiona os anos anteriores.

A sentença baseou-se em certidões de movimentos migratórios que comprovaram as ausências prolongadas de Wandeir do Brasil. A defesa sustenta que essas ausências eram justificadas por tratamentos de saúde autorizados pela administração do Legislativo, uma prática aparentemente comum na instituição.

O caso segue em aberto, com a expectativa de um recurso no Tribunal de Justiça. Enquanto isso, Wandeir continua a desempenhar suas funções na Diretoria de Serviços Administrativos da Aleto, sob vigilância dos olhos atentos da opinião pública e do sistema judiciário.