A gestão do prefeito Fabion Gomes de Sousa completa seus primeiros três meses sob duras críticas, principalmente na área educacional. O balanço é amplamente negativo, marcado por cortes salariais, falta de planejamento e ausência de diálogo com os profissionais da educação.
Sem qualquer organização prévia, a prefeitura promoveu um verdadeiro “desmanche salarial” na rede municipal de ensino. A secretária de Educação, Marly Pereira Monteiro da Fonseca, e até mesmo os servidores temporários foram pegos de surpresa pelos cortes, o que gerou revolta e indignação na categoria.
Atualmente, a pasta educacional conta com 679 servidores, sendo que 350, ou seja, mais da metade contratados temporariamente. Entre os principais problemas apontados estão: corte de gratificações para cargos comissionados e restrições no fornecimento de materiais pedagógicos e de limpeza — incluindo até papel A4.
Mesmo com um investimento mensal superior a R$ 400 mil apenas em cargos comissionados, os recursos não têm se revertido em melhorias para a qualidade do ensino. Pelo contrário: os profissionais enfrentam uma drástica redução salarial.
Educadores físicos, que recebiam R$ 3.145,00 em novembro de 2024, passaram a ganhar R$ 2.500,00.
Profissionais de apoio escolar, antes com R$ 2.412,00, hoje recebem apenas R$ 1.520,00.
Já os professores, que tinham vencimentos de R$ 4.580,57, agora recebem R$ 2.920,66.
Além disso, professoras com carga horária de 40 horas semanais foram pagas por apenas 30 horas em março, sem qualquer justificativa oficial para o não pagamento das horas restantes. A situação tem provocado sofrimento psicológico entre os servidores, muitos dos quais relatam dificuldades para pagar contas básicas após os cortes repentinos.
Esses pobres trabalhadores não têm se quer o direito de reclamar, quem o fizer, será sumariamente demitido para a colocação de outro em seu lugar, já que existe uma fila de espera de pessoas oriundas da gestão passada que não tiveram seus contratos renovados.
A gestão de Fabion Gomes é criticada por sua falta de planejamento e por decisões consideradas autoritárias, tudo isso sendo assistido por uma câmara municipal 90% omissa, já que nessa legislatura o prefeito conta com 10 dos 11 vereadores em sua base. Para muitos, o prefeito age como se ainda estivesse em 2009, com uma administração ultrapassada, desorganizada e desrespeitosa.
As promessas de campanha também foram esquecidas. Uma das principais era a retomada do pagamento dos quinquênios, benefício retirado pela gestão anterior. No entanto, nenhuma medida concreta foi adotada até o momento, gerando frustração e descrença entre os servidores.
Com apenas três meses de gestão, a sensação entre os profissionais da educação é de retrocesso acelerado. Sem planejamento, diálogo ou valorização, a educação municipal de Tocantinópolis parece cada vez mais distante de dias melhores.