Mais de 400 servidores contratados da Secretaria de Educação de Tocantinópolis estão vivendo dias de incerteza e preocupação. Isso porque o prefeito Fabion Gomes decidiu encerrar, de forma antecipada, os contratos de trabalho que, originalmente, teriam vigência até dezembro deste ano.
A medida, segundo relatos, visa evitar o pagamento dos salários referentes ao mês de julho — período de férias escolares, quando não há aulas na rede pública municipal. Com essa manobra, a gestão municipal se livra de uma folha de pagamento que ultrapassa R$ 765 mil mensais — exatamente R$ 765.034,13, segundo dados obtidos.
Apesar de ser uma prática questionável, não é a primeira atitude polêmica tomada pelo gestor. Antes disso, servidores já haviam sido surpreendidos com o corte de gratificações, do vale-refeição, e até da concessão de diárias, que atingiu inclusive trabalhadores braçais, como os garis.
Grande parte desses trabalhadores se submete às contratações temporárias pela total ausência de concurso público no município, o que gera insegurança constante. São pais e mães de família, muitos com filhos pequenos, que agora se veem sem nenhuma alternativa para honrar seus compromissos. Sem salário no mês de julho, só devem voltar a receber no início de setembro — ou seja, dois meses praticamente sem nenhuma renda garantida.
A revolta toma conta dos servidores, que consideram a atitude da prefeitura, no mínimo, desumana e desrespeitosa. “Falta gestão, falta planejamento, mas, acima de tudo, falta empatia com o povo. Jogar centenas de famílias na incerteza só para economizar nas custas públicas é imoral e revoltante”, desabafa uma servidora que prefere não se identificar por medo de represálias.
A reportagem deixa o espaço em aberto para um posicionamento da Prefeitura de Tocantinópolis.