Na manhã desta quarta-feira, o governador do Tocantins, Vanderlei Barbosa, foi afastado de suas funções por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida, com efeito imediato e duração de seis meses, ocorre no contexto da segunda fase da operação FAMES 19 da Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos durante a pandemia.

Os desdobramentos desta operação revelam uma movimentação intensa no cenário político do estado. Agentes da Polícia Federal realizaram buscas em diversos locais, incluindo a residência oficial do governador, o Palácio Araguaia, e a Assembleia Legislativa. Ao todo, 51 mandados de busca e apreensão foram expedidos, abrangendo endereços de deputados, servidores e empresários.

A primeira fase da operação, deflagrada em agosto do ano passado, já havia levantado suspeitas sobre contratos fraudulentos para a compra de cestas básicas e frangos congelados, que nunca teriam chegado às famílias necessitadas do Tocantins. As investigações apontam que parte dos recursos desviados foi utilizada em empreendimentos de luxo da família do governador, incluindo uma pousada no distrito de Taquaruçu.

Além do afastamento de Barbosa, a primeira-dama, KarinNe Sotero, também foi destituída de suas funções. Ambos estão proibidos de se comunicar com outros investigados. A Polícia Federal continua a investigar o envolvimento de outros políticos, incluindo 10 deputados estaduais e um deputado federal, alvos de mandados de busca e apreensão.

Este episódio marca um novo capítulo na luta contra a corrupção no Tocantins, revelando a complexidade e a gravidade das acusações que pesam sobre a administração estadual durante um dos períodos mais críticos da história recente.